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Morte de advogada no mar: barco que naufragou não tinha colete salva-vidas e foi 'sugado' por correnteza, diz defesa do médico que pilotava veleiro

Naufrágio que resultou na morte de Maria Eduarda Carvalho de Medeiros aconteceu no sábado (21). Nesta sexta (27), advogado do urologista Seráfico Pereira Cab...

Morte de advogada no mar: barco que naufragou não tinha colete salva-vidas e foi 'sugado' por correnteza, diz defesa do médico que pilotava veleiro
Morte de advogada no mar: barco que naufragou não tinha colete salva-vidas e foi 'sugado' por correnteza, diz defesa do médico que pilotava veleiro (Foto: Reprodução)

Naufrágio que resultou na morte de Maria Eduarda Carvalho de Medeiros aconteceu no sábado (21). Nesta sexta (27), advogado do urologista Seráfico Pereira Cabral Junior contou detalhes do acidente. Advogado de médico que pilotava veleiro fala sobre acidente que causou morte de advogada O barco que naufragou no acidente que resultou na morte da advogada Maria Eduarda Carvalho de Medeiros, de 38 anos, não tinha colete salva-vidas e foi "sugado" pela correnteza até virar no mar (veja vídeo acima). A defesa do médico Seráfico Pereira Cabral Junior, que pilotava o veleiro e sobreviveu ao naufrágio, divulgou detalhes do acidente, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (27) no Recife. "Quando ele fez a volta, o vento afastou o barco. Não teve força para o barco voltar. Quando ele conseguiu colocar o barco na posição correta para voltar, este foi sugado pela correnteza, bate nos arrecifes, vira em virtude da pancada e afunda mais à frente", afirmou o advogado Ademar Rigueira. O urologista, de 55 anos, era noivo da vítima, que morreu após o acidente ocorrido no sábado (21), na praia de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. O corpo da advogada ficou desaparecido por quatro dias e foi encontrado na praia de Calhetas, no mesmo município. 📲 Siga os perfis do Bom Dia PE, do NE1 e do NE2 no Instagram Seráfico conseguiu sobreviver após nadar por quase três horas até o Porto de Suape e pedir ajuda. Ele estava internado em um hospital particular desde o dia do acidente, mas recebeu alta nesta sexta-feira (27) e ainda será ouvido pela polícia. De acordo com Ademar Rigueira, o médico não tinha habilitação para pilotar, mas o tipo de embarcação, um monocasco com vela bermudiana, não exige habilitação, pois não tem motor. Apesar da obrigatoriedade do uso do colete salva-vidas, não havia esse equipamento de segurança na embarcação que naufragou. "Colete é obrigado para toda embarcação, mas não tinha. Logicamente, a gente tem essa cobrança depois que os fatos acontecem, como uma tragédia dessa que aconteceu, mas naquela região ninguém usa colete. [...] Por mais que a legislação exija, não é uma coisa normal essa precaução. [...] Ali é 1,5 metro [de profundidade]. Ninguém sairia para dar um passeio de 200 metros e botaria. Mas tanto é para usar que, se eles tivessem usado, poderia ter facilitado [o salvamento]", contou Rigueira. Seráfico foi alvo de mandado de busca e apreensão na quarta-feira (25), como parte de investigação da Polícia Civil sobre o caso. Ainda segundo Rigueira, foram apreendidos o celular e o computador de Seráfico com o objetivo de investigar mensagens anteriores ao acidente. "Essa motivação não está clara no pedido [de busca e apreensão], mas a experiência mostra que a polícia quis investigar se havia algum problema no casal, alguma briga, algum fato que pudesse levar a uma situação mais grave de até um homicídio", disse o advogado. Cronologia do acidente Na coletiva de imprensa, Ademar Rigueira apresentou uma cronologia do acidente, com os horários detalhados dos principais momentos do naufrágio do veleiro. Confira a seguir: 17h08: entra o chamado de barco à deriva no Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciods); 17h20: confirmação de barco à deriva a 1 km da costa; 17h56: coordenação do Ciods consegue contato com a Capitania dos Portos de Pernambuco; 19h17: médico é resgatado na guarita de Suape; 20h54: confirmação do naufrágio. VÍDEO: advogada filmou passeio no mar com noivo e cadela antes do acidente Naufrágio em Suape O acidente aconteceu na tarde do sábado (21), na praia de Suape, no Cabo de Santo Agostinho. A Praia de Suape é a última orla marítima do Cabo de Santo Agostinho antes do Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca. Segundo testemunhas, Maria Eduarda estava no barco com o namorado e a cadela quando a embarcação virou. A advogada e o animal de estimação ficaram perdidos no mar. O médico Serafico Pereira Cabral Junior, de 55 anos, foi resgatado pelos bombeiros na costa e levado à UPA de Ipojuca, município vizinho ao Cabo. De acordo com a prefeitura de Ipojuca, ele relatou às autoridades que nadou por três horas até à costa, onde conseguiu pedir ajuda. O trabalho de buscas na região começou ainda na tarde do sábado (21). As operações foram retomadas no domingo (22) e na segunda (23) e seguiam o dia inteiro, sendo suspensas no fim da tarde por causa da falta de visibilidade à noite. O corpo de Maria Eduarda foi encontrado na manhã da terça-feira (24), quarto dia de buscas. A Polícia Civil informou que o caso é investigado pela Delegacia de Porto de Galinhas. A Marinha do Brasil também instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias e causas do naufrágio, buscando esclarecer se houve falha humana, técnica ou condições adversas de navegação. A Justiça negou permissão à família para cremar o corpo da advogada. A juíza Danielle Christine Silva Melo Burichel alegou que a declaração de óbito emitida pelo Instituto de Medicina Legal (IML) não substitui o laudo pericial tanatoscópico, que vai trazer detalhes das análises da perícia e as conclusões técnicas sobre a causa da morte. Maria Eduarda Medeiros e Belinha, advogada e cadela de estimação que desapareceram no mar após acidente de barco na praia de Suape, no Grande Recife Acervo pessoal VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias